
A história do Patinho Feio fala do encontro com a própria turma (explicação muito simplista, ok?). Às vezes, nascemos na família errada e precisamos cair no mundo e conhecer outras pessoas pra encontrar nosso próprio lugar, nossas próprias crenças e verdades.
Não acho que tenha nascido na família nuclear errada. Na extensa, talvez. Ainda assim, não acredito nesse erro de cálculo do Universo. Nasci onde eu tinha que nascer, do jeito que eu tinha que nascer. Pra quem acredita em carma e reencarnação (simplista again), tudo isso foi escolhido por mim antes de encarnar nesse mundo, nessa vida, com esse corpo, esse nome, enfim, esse tudo.
Eu precisava viver as coisas da forma que eu vivi pra chegar onde estou hoje. Sim, usei meu livre arbítrio quando foi solicitado, eventualmente posso não ter feito uso dele e ter sido enganada ou manipulada. Fato é que eu precisei das vivências, das escolhas, das dores, das delícias, dos amores e dissabores. Precisei, sobretudo, das mudanças. Logo eu, que sempre me vi como um ser humano com aversão a elas! Conforme amadureci, descobri que eu mudo muito mais fácil do que eu um dia imaginei.
Acredito que as três experiências que mais me mudaram nessa vida foram morar sozinha, morar junto e a maternidade. Confesso que a mais dura delas foi o morar junto. Foi a adaptação ao outro, aprender a dividir espaço. Um ano do cão, aquele primeiro... Mas acredito que foi uma preparação pra todas as dádivas que vieram depois, inclusive a maternidade. Foi com o João que eu comecei a aprender a ceder de vez em quando, a dividir, a me doar, a fazer pelo bem do outro, pelo bem coletivo e outras coisinhas mais.
Vieram as gestações, as (desne)cesáreas, os puerpérios, os altos e baixos todos. E foi aqui, onde eu nunca imaginei, que eu encontrei meu caminho. Encontrei meus iguais. Nunca havia pensado em ser mãe. Uma terapeuta uma vez perguntou: "Você vai abrir mão dessa experiência do feminino? Logo você que acredita tanto na força e na verdade do ser mulher?". Eu respondi que sim, que abriria mão. Ainda bem que a gente muda, né? Ainda bem que EU mudei. E acredito que venho tendo peito pra bancar minhas mudanças e escolhas. Aliás, a frase que eu mais escuto vinda da minha família nuclear (mamãe, papai e irmãozinho, hehe) é que eu mudei muito. Estou muito orgulhosa das minhas mudanças, feliz com e por elas. Acredito que estamos mais saudáveis, eu, meu marido e minhas crias. Nossa relação melhorou muito com elas.
E quando digo que encontrei meus iguais, digo porque finalmente encontrei pessoas que partilham das minhas verdades, das minhas crenças, das minhas filosofias. E elas estão fora da minha família. Talvez uma espécie de família que o Universo se encarregou de colocar no meu caminho.
Setembro foi um mês intenso, que começou com "O Renascimento do Parto" no cinema em São José, que teve piquenique e encontro com "azamigas", que ainda tem coisas por vir. Eu ainda não encontrei palavras pra definir esse mês. Porém, estive fazendo um retrospecto e muita coisa incrível vem acontecendo desde abril. Muita coisa mesmo. E de repente eu me vi contando. Contando o tanto de pessoas incríveis que entraram na minha vida de lá prá cá (se você chegou a esse texto porque estava marcad@ no FB, você é uma delas). Por isso, acho que Setembro pode ser o mês de contar as bênçãos.
Que eu siga minha caminhada apenas aumentando essas bênçãos!
Gratidão, sempre!

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Querida!
ResponderExcluirO Universo tem seu movimento...
Nos uniu e separou, unindo novamente.
Tudo no tempo certo e pelos motivos certos! Quer contar qtos anos de conhecimento, amizade e carinho??
Melhor dexáprálá! hahahahaha
bjos no seu coração! Amo-te