Sussurros, sorrisos, carícias, abraços e beijos. Brigas, erros, decepções e medos.
São tudo isso. São mais que isso.
Mudam nossos projetos, nossos caminhos tomam novos rumos, por isso cada momento é importante.
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Hoje faço nove anos junto de uma pessoa muito especial. Nove anos. Nove também é o número que rege uma gestação. Coincidência? Acho que não, pois são as gestações que sempre estão mudando nossa vida pra melhor.
Sempre tive dúvidas sobre casamento, até conhecer minha esposa. Filhos eram uma grande incógnita e demorou um pouco mais para decidirmos tê-los. Mas optamos pelo sim e logo estávamos grávidos. A bebê nasceu e com ela a decisão de mudar meus horários de trabalho para ser ativo em sua criação.
O medo aumentou, as dúvidas de como cuidar, dar banho, mamadeira e tudo o mais também vieram. Mas eu tirei de letra. Tão logo ela completou um ano, optamos pelo segundo. Exatamente um ano depois dessa decisão, confirmamos a gestação do segundo. E dessa vez foi punk.
Minha esposa já pesquisava parto humanizado e tinha alguns contatos. Durante a gestação, ela fez minha cabeça e optamos pelo parto normal. Tudo correu muito bem, do jeito que ela já havia falado várias vezes que seria. Fomos pro hospital pois não era indicado parto domiciliar devido à pressão arterial dela. Tudo redondo. Até que veio uma médica dizendo "ele é grande demais prum parto normal" e nossos planos mudaram.
O destino mudou nossa vida, nossos caminhos seguiram outras direções que nem mesmo foram cogitadas (nenhum de nós esperava ou queria uma cesárea e nem mesmo nos preparamos pra uma!). E foi duro. Muito duro.
Hoje, toda pessoa que vem me contar que está grávida ou que a esposa está, defendo parto normal. Falo dos benefícios, repito tudo aquilo que escuto minha esposa falar diariamente na minha cabeça, divido minha experiência. Até já marquei um colega numas fotos do parto domiciliar de uma amiga dela, na tentativa de auxiliar que mais uma mulher escape da cirurgia!
Ativista? Ainda não sei. Mas o choro da minha esposa naquele hospital depois da cirurgia desnecessária e indesejada, aquilo sim, mudou a minha visão de muita coisa...
João Elói Gadioli
33 anos, casado, pai da Pirulita (4 anos) e do Pirulito (1 ano). Durmo 5 horas por dia, assumo o caçula à tarde enquanto minha esposa está no trabalho e a mais velha na escola. às voltas com o universo infantil e a realidade do meu trabalho. Também gosto de futebol e Raul Seixas. E sim, estamos considerando o filho 3.

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