Nosso trabalho de parto começou no dia 17/08,
quando tivemos sinal do tampão. Ficamos na expectativa por alguns dias, até que
finalmente a bolsa rompeu no dia 23/08.
Passamos o dia 24 aguardando em casa, mas o tp
não evoluiu durante o dia e foi começar somente às 18 horas.
Passei um tempo com meu marido fazendo coisas
despreocupadas, esperando contrações ritmadas, que não demoraram a começar.
Logo recebemos em nossa casa a doula e o ginecologista que nos acompanharam
durante algumas contrações. No inicio da madrugada fizemos um toque, que
mostrou que ainda demoraria mais um tempo pra nossa pequena Luiza chegar.
GO e doula foram para casa e nós fomos tentar
descansar. Não demorou e as contrações ficaram mais fortes. Deixei meu marido
dormindo e comecei a caminhar pela casa, tomar alguns banhos, tentar relaxar...
deixar meu corpo trabalhar sossegado...
Pela manhã já estava cansada e não queria fazer
outro toque com receio que o trabalho não tivesse evoluído, e permanecemos
assim...
As contrações começaram a ficar fortíssimas,
sinal de que estávamos dilatando os finais. Nesta hora pensei em desistir, em
abrir mão do tão sonhado parto, 40 semanas depois da concepção da nossa
princesa. Graças a Deus tínhamos ao nosso lado uma doula muito especial que me
encorajou, que me lembrou dos motivos que me levaram a escolher o parto
natural, os benefícios que eu estava proporcionando pro meu corpo e pra minha
filha. Ela me ajudou a “voltar” pro parto e decidir o que eu de fato queria.
Neste momento meu marido se encorajou e se
emponderou junto comigo. Jamais vou esquecer este momento: ele me olhou nos
olhos, segurou minha mão e se colocou à minha disposição! Me deixou segura
dizendo que estaria comigo na decisão que eu tomasse, mas que sabia o quanto o
parto era importante e sonhado por mim e sugeriu novo toque. Resultado: estamos
com 7! Hora de ir pra maternidade!
O caminho até lá foi “longo” (kkkk)... segurei
por várias vezes na perna dele: “vai mais rápido! Não, não não! Vai mais
devagar! Nãoooo! Aceleraa!!”
Infelizmente a maternidade demorou em fazer a
internação, mas eu, doula e GO fomos para o quarto para esperar o momento da
nossa pequena.
Logo meu marido apareceu, e a minha ideia de
desistir permanecia na contração, desmorinava quando ela passava... rsrsrs...
enfim fui convencida a ir para o chuveiro tentar amenizar as dores das
contrações finais. Não me recordo 100% deste momento... só me lembro que
estávamos no escuro, eu meu marido, ele me segurando por trás e me dando todo
apoio. Não demorou a começar o expulsivo. As benditas contrações que não doem
mais, que obrigam você a fazer força mesmo sem querer e que te deixam com a
certeza de que falta muito, muito pouco pra ter seu bebê nos braços!
Voltamos para o quarto, sentamos no banco de
cócoras e esperamos. Pouco menos de 40 minutos, a Luiza coroou! Não podia
acreditar que estava de fato acontecendo isto em minha vida! As 15:45, do dia
25/08 ela estava em meus braços, com seus dedinhos compridos, seus cabelos
pretos, seu rostinho lindo e redondo, seus olhos abertos me procurando!!!
Ela foi pro banho e tomar um pouco de oxigênio
(infelizmente não se pode prever que o bebê vai nascer com uma circular de
cordão muito apertado), enquanto isso minha querida doula ficou comigo no
quarto, a placenta saiu, o GO me examinou e nada de fissura ou pontos! Vitoria
tripla! Nascemos com dignidade, sem traumas e sem riscos.
Tomei um banho e aguardei a vinda da minha joia
pra definitivamente não sair mais dos meus braços!
Lembro-me muito bem deste parto, da experiência
nobre que é dar a luz, da paciência, competência e tranquilidade da doula e do
médico e principalmente da cumplicidade do meu marido comigo.
Sou muito feliz pela rápida recuperação. Por não
precisar de soro, por estar livre de anestesia e pontos, por estar tranquila em
me levantar, sentar e deitar sozinha... coisas que não se podem ser feitas
quando passamos por uma cesárea.
Falando nisso, acho extremamente válido lembrar
que havia tido uma cesárea somente 15 meses antes do parto da Luiza. Em momento
algum senti que corria algum risco. Estava em boas mãos!
Hoje nossa princesa alegra nossa vida e a vida de
seu maninho e eu agradeço a Deus por ter passado por este momento, por não ter
desistido...
Se posso resumir meu parto em uma palavra, digo
que é permissão.
Permissão para meu bebê decidir quando ele estará
pronto para nascer, permissão para o meu corpo trabalhar e mostrar que é capaz
de parir, permissão para permitir!
Sou mãe, sou mulher, sou capaz! E serei
eternamente grata por este dia!

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