Ex(pectativa) e Es(perança)

"expectativa
ex.pec.ta.ti.va sf (lat exspectare+ivo) 1 Situação de quem espera uma probabilidade ou uma realização em tempo anunciado ou conhecido. 2 Esperança, baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas. 3 Estado de quem espera um bem que se deseja e cuja realização se julga provável. 4 Probabilidade. E. de direito: possibilidade de alguém obter vantagens ainda não definidas. E. de vida: número de anos, baseado na probabilidade estatística, que qualquer pessoa, de idade ou classe dadas, pode esperar de viver. Var: expetativa, expectação." (retirado daqui)

 

Então, descobri hoje que eu sou um ser humano com altas expectativas prá tudo. Resultado: qualquer coisinha mínima me faz broxar grandão. E, juro por tudo o que é mais sagrado, tento não depositar expectativa em nada, mas é impossível. Quando vejo, já tô murcha por nada. Ou acelerada demais por coisa pequena.

Pior: acho que não sei viver de outro jeito...

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Todas as grandes descobertas que eu faço na minha vida, eu quero dividir com o mundo. Como se cada uma delas fosse a porta do caminho da iluminação. Eu sempre me esqueço que talvez essas portas sejam minhas, não necessariamente dos outros. Mesmo assim, sempre quero gritar pro mundo a maravilha que eu descobri. É assim com tudo, desde coisas bestas até coisas grandiosas. É assim com parto e maternidade.

Falei em outros posts sobre minhas chuvas nas hortas erradas, tenho inclusive textos que escrevi e não publiquei sobre o assunto. Eu ainda estou na busca de um meio-termo pra isso. De qualquer forma, sempre acreditei muito na palavra instinto quando se pensa em parto e maternidade. Descobri recentemente que também posso usar a palavra intuição.

Mas, infelizmente, tenho recebido notícias que me desesperam e entristecem. Porque muitas mulheres que optam por ser mães e têm seus filhos, não conseguem desempenhar minimamente seu papel por pura falta de condição interna. Por pura falta de orientação ou exemplo. Por pura falta de treino em ouvir sua própria voz. Por pura insegurança em trilhar seu próprio caminho e escrever sua própria história. Com sua letra, com suas cores, com suas mãos e pés. Chega a ser surreal. Mas acaba comigo. Eu fico pasma, passada, algumas vezes até deprimida.

 

Porque sempre penso que o caminho vai ser muito mais difícil pra essa mãe. Que essa criança vai crescer, sim, vai se desenvolver, mas a duras penas. Que essa mulher, que já teve seu protagonismo roubado e seu auto-conhecimento atrapalhado por n motivos diferentes, talvez nunca descubra o que isso tudo significa, talvez tenha seu direito à maternidade roubado (ou delegado) e nunca venha a construir uma relação de fato com seu rebento. Pensar nisso tudo me mata aos poucos.

Mas, e daí, né? Exercer uma maternidade ativa e consciente, buscar meus próprios caminhos, acreditar que isso é uma forma de iluminação e descoberta de mim mesma é importante pra mim, não quer dizer que seja pra todas as mulheres do planeta, certo? Só que não.

Será que a gente consegue mudar o mundo mesmo?

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Minhas expectativas são grandes, também, em relação a mim mesma, ao meu trabalho e aos meus projetos.

E se o outro não demonstra um décimo da energia que eu sempre deposito em tudo, se eu não consigo contagiá-lo com meu discurso, eu perco o tesão. E preciso gastar uma energia lascada pra achar e recomeçar tudo de novo.

Isso cansa. Preciso ser um pouco menos com tudo.

Só que não. (?)

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Não desisto. Persisto e resisto. Sigo tentando e buscando. Uma coisa mínima me traz um fôlego novo.

"esperança
es.pe.ran.ça sf (de esperar) 1 Ato de esperar. 2 Expectativa na aquisição de um bem que se deseja. 3 Aquilo que se espera, desejando. 4 A segunda das três virtudes teologais, simbolizada por uma âncora ou pela cor verde." (retirado daqui)


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