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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Relato de VBAC: Nascimento de Léo

Minha primeira filha foi uma cesárea porque ela tinha arritimía cardíaca e não poderia se esforçar pra nascer no parto normal. Nasceu com 39 semanas, 2.460 kg e 46cm, pequenina e magrinha devido a gravidez de alto risco (que foi terrível, até internada fiquei pra segurá-la até as 39 semanas). Após 4 anos de uma cesárea meu príncipe veio de parto normal.

Tudo começou no dia 18/10 (1 dias antes da DPP)...

De manhã me levantei como de costume pra esquentar a comida do maridão antes dele ir trabalhar. Até então não tava com dor,  fiz o café do meu esposo e ele saiu pra trabalhar.
Umas 10:00 da manhã entrei na internet e, de repente, senti algo molhado. Fui ao banheiro e  na calcinha estava uma gosma amarela com raios de sangue. Chamei a vizinha (Glauciane) e perguntei a ela se aquilo era normal, pois havia saído em grande quantidade, grande mesmo, ela disse que não era normal e que depois que deixasse a filha na condução da escola iria comigo na maternidade. Faríamos de tudo pra que eu ficasse internada, pois já há dias que eu dava viagem perdida, indo e voltando do hospital, pois estava com 2cm há dias.
De repente começei a sentir cólicas,tomei banho e coloquei um absorvente pois o tampão estava saindo a todo instante. A vizinha arrumou a filha dela e se arrumou, depois me chamou, deixamos a filha dela na condução e ela me levou pra maternidade. Fomos andando, pois ela disse que seria melhor pra dilatação. Um sol quente de rachar, ainda não tinha dado nem 14h, mas fomos conversando e logo chegamos. Lá ela me mandou sentar  e  foi fazer minha ficha. Fui a 4° a ser atendida. Era um médico, Dr Felipe, escutou o Léo, disse que estava tudo bem, fez o toque e disse que estava com 2cm, que estava em início de trabalho de parto e me mandou pra casa. Quando piorasse, eu voltasse.
Ai que tristeza que me deu nessa hora. Quando saí da sala, falei o que havia acontecido pra minha vizinha, ela queria que fôssemos pra casa andando e, caso passasse algum carro da polícia, ela chamaria e diria q eu estava pra ter neném  e que  me mandaram pra casa, pra ver se isso resolveria e se eles me internavam. Aceitei a idéia de ir pra  casa andando mas não a do carro de polícia rsrs. Antes, quando estávamos andando, senti algo saindo e disse a ela. Estávamos próximas a casa da sogra dela e ela me levou lá. Fui no banheiro e outra quantidade enorme do tampão havia saído. Continuamos andando e paramos numa lan house pra ela fazer um currículo e deixar numa padaria que vimos um anúncio de vaga pra balconista.
Na lan house comecei a sentir uma contração em cima da outra e bem doloridas. Falei pra ela, que me disse que, depois que terminasse o currículo, voltaríamos ao hospital. Quando saímos de lá, adivinhem? Um carro da polícia bem na frente da lan house, rsrs, parece até que ela estava prevendo. Ela falou com os policiais e aceitaram nos levar. Quando chegamos, os médicos estavam todos lá em cima, no pré parto. Uns 30 min depois chegou uma outra médica. Isso eram umas 17h10. Quando me deitei, o Léo fez um movimento que subiu um caroço enorme em minha barriga, até a médica se assustou, e perguntou a ele "o que é isso menino?". Depois que ela me examinou, disse: "3 cm, vou te internar" (ufa, que alívio, não sabia eu o que me aguardava). Subi umas 17h20. Tirei os brincos e fiquei aguardando a médica fazer meu prontuário, depois chegou a enfermeira que me levaria pro banho.
Quando saí, já com a enfermeira, minha vizinha estava lá fora já com a filha que tinha ido buscar na escola. Entreguei a ela minha bolsa, pois não podia subir com nada. Ela disse que ligaria pra minha mãe, pra ela ir ficar comigo, pois não dava pra minha vizinha ficar por causa da filha dela. Subi,tomei banho e fui pro pré parto. Não havia ninguém lá, 7 camas desocupadas, escolhi uma, a enfermeira forrou e disse que já viria pra me colocar no soro.
O Dr  Felipe, que havia me mandado pra casa, entrou na sala e ficou conversando um pouco comigo,eu estava nervosa pois não sabia o que me esperava. Depois veio outro médico muito  legal e passou um tempo comigo conversando. Então chegou a enfermeira com o bendito soro. Me furou 2 vezes e não achou minha veia. Veio outra e furou mais 2 vezes, também sem sucesso, veio uma terceira e graças a Deus acertou! De repente minha mãe chegou. Depois que o soro começou a correr (uns 40 minutos), as contrações começaram a ficar fortes. Às 18h30 uma médica veio me examinar. Escutou o Léo, fez o toque mas antes me avisou que iria estimular um pouco e, meu Deus! Que estimulada! Nunca fiz um toque tão dolorido! Ela disse 4 cm e mandou eu sentar em um banquinho baixo, mais parecia que estava acocorada e tinha um buraco no meio.
Então me concentrei em apenas fazer força quando as dores viessem e fiz muuuuuuuuita força. Saía apenas muito sangue. Às 20h a médica voltou e examinou de novo. Infelizmente ainda estava nos mesmos 4cm. Então subi na cama e fiquei de cócoras, segurando na parte onde pega os pés na cama e mais força. Às 22h veio um médico bem velhinho e me examinou. Estava com 7 pra 8cm, fiquei feliz, as dores já estavam insuportáveis e eu bem cansada. Me deitei um pouco e, nossa, piorou (e muito) a intensidade das contrações. Estavam vindo a cada 3 min, uma mais forte que a outra. Mesmo deitada, dobrei as pernas e fazia força quando elas vinham.
Minha mãe não disfarçava a dó que estava de mim, em me ver naquela situação. 00h voltou o médico velhinho, me perguntou se eu gostaria que ele me examinasse, eu disse que sim, ele ouviu o Léo, me fez o toque e disse: "Tá bem perto, mãezinha, 8 pra 9cm". Eu já estava exausta e disse a minha mãe baixinho que não aguentava mais, estava sem forças e muito tonta. Ela chamou a enfermeira e aferiram minha pressão, mas estava normal. Às 02h30, a médica que estava me acompanhando ouviu o Léo e disse: "vou te ajudar, mãezinha". Fez um toque e disse "quando você sentir vontade de  fazer cocô, faça uma força bem longa" e fiz. Ela mandou eu encostar o queixo no peito e respirar pelo nariz. Nessa hora minha mãe disse que deu pra ver o Léo coroando. Ela disse "levanta, vamos pra sala de parto" e foi na frente. Uma enfermeira me acompanhou e minha mãe também, tudo muito rápido,  pro Léo não nascer no meio do caminho.
Cheguei lá e minha mãe não pôde entrar. A médica estava sentindo que tinha algo de errado. Deitei, ela aplicou a anestesia e me cortou. Me deu outro toque daqueles e me mandou fazer força. Eu fazia, mas sentia que algo se movia pra baixo e voltava. Ela chamou o pediatra e disse que o neném não estava me ajudando. O pediatra disse que iria subir em cima de mim pra me ajudar. Quando ela fez o toque de novo, fiz força e ele subiu. Mas quando ele subia me faltava ar. A médica o orientou a só subir na metade da minha força e ele fez isso. Então saiu a cabeça do Léo. Mas aí ouvi quando ela disse "me ajuda, o neném tá laçado, desenrola aqui!". Quando tiraram o cordão umbilical passou os ombros do meu menino. Senti uma ardência, era ele me rasgando praticamente na popa do bumbum. O pediatra ficou examinando ele ao meu lado.
Perguntei se era menino mesmo e ele disse rindo que sim. Trouxe o Léo, colocou no meu peito, depois avisou que iria levar pra pesar e medir. Mandou eu dar um cheiro e, nossa, que cheiro bom! Fiquei ali meio desorientada, chorando, e a médica me costurando.
Infelizmente, os pontos do bumbum senti todos, pois não havia levado anestesia ali, foi a cru mesmo. O Léo já está bem, eu é que não sabia que minha recuperação seria tão lenta. Quebrei 3 pontos e ainda estou sofrendo. MAS PASSARIA POR TUDO DE NOVO, SE FOSSE PRECISO, PELO MEU MAIS NOVO AMOR: LÉO.
Nasceu na madrugada do dia 19/10/12, às 02h40, com 48cm e 3.270kg.
Winairajane Rafaelly
24 anos, casada com Carlos Henrique, operadora de telemarketing, 2 filhos (um casal).
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