Minha primeira filha foi uma cesárea porque ela tinha arritimía cardíaca e não poderia se esforçar pra
nascer no parto normal. Nasceu com 39 semanas, 2.460 kg e 46cm, pequenina e magrinha devido a gravidez de alto risco (que foi terrível, até
internada fiquei pra segurá-la até as 39 semanas). Após 4 anos de uma cesárea meu príncipe veio de parto normal.
Tudo começou no dia 18/10 (1 dias antes da DPP)...
De
manhã me levantei como de costume pra esquentar a comida do maridão
antes dele ir trabalhar. Até então não tava com dor, fiz o café do meu
esposo e ele saiu pra trabalhar.

De repente começei a sentir cólicas,tomei
banho e coloquei um absorvente pois o tampão estava saindo a
todo instante. A vizinha arrumou a filha dela e se arrumou, depois me
chamou, deixamos a filha dela na condução e ela me levou pra maternidade. Fomos andando, pois ela disse que seria melhor pra dilatação. Um sol quente
de rachar, ainda não tinha dado nem 14h, mas fomos conversando e logo
chegamos. Lá ela me mandou sentar e foi fazer minha ficha. Fui a 4° a
ser atendida. Era um médico, Dr Felipe, escutou o Léo, disse que estava tudo
bem, fez o toque e disse que estava com 2cm, que estava em início de trabalho
de parto e me mandou pra casa. Quando piorasse, eu voltasse.
Ai que tristeza que
me deu nessa hora. Quando saí da sala, falei o que havia acontecido pra minha
vizinha, ela queria que fôssemos pra casa andando e, caso passasse algum
carro da polícia, ela chamaria e diria q eu estava pra ter neném e que me
mandaram pra casa, pra ver se isso resolveria e se eles me
internavam. Aceitei a idéia de ir pra casa andando mas não a do carro de
polícia rsrs. Antes, quando estávamos andando, senti algo saindo e disse a ela. Estávamos próximas a casa da sogra dela e ela me levou lá. Fui no
banheiro e outra quantidade enorme do tampão havia saído. Continuamos
andando e paramos numa lan house pra ela fazer um currículo e deixar
numa padaria que vimos um anúncio de vaga pra balconista.
Na lan
house comecei a sentir uma contração em cima da outra e bem doloridas. Falei pra ela, que me disse que, depois que terminasse o currículo, voltaríamos
ao hospital. Quando saímos de lá, adivinhem? Um carro da polícia bem na frente
da lan house, rsrs, parece até que ela estava prevendo. Ela falou com os
policiais e aceitaram nos levar. Quando chegamos, os médicos estavam todos
lá em cima, no pré parto. Uns 30 min depois chegou uma outra médica. Isso
eram umas 17h10. Quando me deitei, o Léo fez um movimento que subiu um caroço
enorme em minha barriga, até a médica se assustou, e perguntou a ele "o que é
isso menino?". Depois que ela me examinou, disse: "3 cm, vou te internar" (ufa, que
alívio, não sabia eu o que me aguardava). Subi umas 17h20. Tirei os brincos e
fiquei aguardando a médica fazer meu prontuário, depois chegou a
enfermeira que me levaria pro banho.
Quando saí, já com a enfermeira, minha
vizinha estava lá fora já com a filha que tinha ido buscar na
escola. Entreguei a ela minha bolsa, pois não podia subir com nada. Ela disse
que ligaria pra minha mãe, pra ela ir ficar comigo, pois não dava pra minha
vizinha ficar por causa da filha dela. Subi,tomei banho e fui pro pré
parto. Não havia ninguém lá, 7 camas desocupadas, escolhi uma, a enfermeira
forrou e disse que já viria pra me colocar no soro.
O Dr Felipe, que havia me
mandado pra casa, entrou na sala e ficou conversando um pouco comigo,eu
estava nervosa pois não sabia o que me esperava. Depois veio outro médico
muito legal e passou um tempo comigo conversando. Então chegou a
enfermeira com o bendito soro. Me furou 2 vezes e não achou minha veia. Veio outra e furou mais 2 vezes, também sem sucesso, veio uma terceira e
graças a Deus acertou! De repente minha mãe chegou. Depois que o soro
começou a correr (uns 40 minutos), as contrações começaram a
ficar fortes. Às 18h30 uma médica veio me examinar. Escutou o Léo, fez
o toque mas antes me avisou que iria estimular um pouco e, meu Deus! Que
estimulada! Nunca fiz um toque tão dolorido! Ela disse 4 cm e mandou eu
sentar em um banquinho baixo, mais parecia que estava acocorada e tinha um
buraco no meio.
Então me concentrei em apenas fazer força quando as dores
viessem e fiz muuuuuuuuita força. Saía apenas muito sangue. Às 20h a
médica voltou e examinou de novo. Infelizmente ainda estava nos mesmos
4cm. Então subi na cama e fiquei de cócoras, segurando na parte onde pega
os pés na cama e mais força. Às 22h veio um médico bem velhinho e
me examinou. Estava com 7 pra 8cm, fiquei feliz, as dores já estavam
insuportáveis e eu bem cansada. Me deitei um pouco e, nossa, piorou (e muito) a
intensidade das contrações. Estavam vindo a cada 3 min, uma mais forte que a
outra. Mesmo deitada, dobrei as pernas e fazia força quando elas
vinham.
Minha mãe não disfarçava a dó que estava de mim, em me ver naquela
situação. 00h voltou o médico velhinho, me perguntou se eu gostaria que
ele me examinasse, eu disse que sim, ele ouviu o Léo, me fez o toque e
disse: "Tá bem perto, mãezinha, 8 pra 9cm". Eu já estava exausta e disse a
minha mãe baixinho que não aguentava mais, estava sem forças e muito
tonta. Ela chamou a enfermeira e aferiram minha pressão, mas estava
normal. Às 02h30, a médica que estava me acompanhando ouviu o Léo e disse:
"vou te ajudar, mãezinha". Fez um toque e disse "quando você sentir vontade de
fazer cocô, faça uma força bem longa" e fiz. Ela mandou eu encostar o
queixo no peito e respirar pelo nariz. Nessa hora minha mãe disse que deu
pra ver o Léo coroando. Ela disse "levanta, vamos pra sala de parto" e foi
na frente. Uma enfermeira me acompanhou e minha mãe também, tudo muito
rápido, pro Léo não nascer no meio do caminho.
Cheguei lá e minha mãe não
pôde entrar. A médica estava sentindo que tinha algo de errado. Deitei, ela
aplicou a anestesia e me cortou. Me deu outro toque daqueles e me mandou
fazer força. Eu fazia, mas sentia que algo se movia pra baixo e voltava. Ela
chamou o pediatra e disse que o neném não estava me ajudando. O pediatra disse que iria subir em cima de mim pra me ajudar. Quando ela fez o
toque de novo, fiz força e ele subiu. Mas quando ele subia me faltava ar. A
médica o orientou a só subir na metade da minha força e ele fez
isso. Então saiu a cabeça do Léo. Mas aí ouvi quando ela disse "me ajuda,
o neném tá laçado, desenrola aqui!". Quando tiraram o cordão umbilical passou
os ombros do meu menino. Senti uma ardência, era ele me rasgando
praticamente na popa do bumbum. O pediatra ficou examinando ele ao meu
lado.
Perguntei se era menino mesmo e ele disse rindo que sim. Trouxe o Léo, colocou no meu peito, depois avisou que iria levar pra pesar e medir. Mandou
eu dar um cheiro e, nossa, que cheiro bom! Fiquei ali meio desorientada,
chorando, e a médica me costurando.
Infelizmente, os pontos do bumbum senti
todos, pois não havia levado anestesia ali, foi a cru mesmo. O Léo já
está bem, eu é que não sabia que minha recuperação seria tão lenta. Quebrei 3
pontos e ainda estou sofrendo. MAS PASSARIA POR TUDO DE NOVO, SE FOSSE
PRECISO, PELO MEU MAIS NOVO AMOR: LÉO.
Nasceu na madrugada do dia 19/10/12, às 02h40, com 48cm e 3.270kg.

24 anos, casada com Carlos Henrique, operadora de telemarketing, 2 filhos (um casal).

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