Nossa, nem sei por onde começar, mas vamos do início. Meu nome é
Maria, tenho 19 anos, um filho de 5 anos e uma filha de 4 meses. Quando
descobri a gravidez, foi um susto muito grande pois não estava preparada
pra ter outro filho, nem financeiramente e muito menos emocionalmente,
pois eu e meu marido estávamos quase nos separando, muitas brigas e tal.
Pra mim foi muito rápido descobrir a gravidez, antes mesmo da menstruação
atrasar já estava desconfiada, pois estava com fortes enjôos matinais,
então antes mesmo de atrasar resolvi ir no médico e fazer logo o exame. Eu e meu marido não estávamos conversando. Bom fiz o exame e o resultado
iria sair no outro dia de tarde, fiquei ansiosa pela espera, era só um
dia, mas pra mim parecia uma eternidade. No dia e na hora de ver o
resultado fiquei muito nervosa e não busquei o exame, optei ver pela
internet mesmo. Quando comecei a ler e ver um positivo enorme, meu
coração se encheu de alegria, emoção e na mesma hora se encheu de
tristeza também, pois eu e meu marido ainda estávamos brigados. Mesmo assim, resolvi ligar pra ele e contar a novidade e, como já era de
se esperar, ele nem me deu idéia, disse que estava trabalhando e não podia
ser incomodado. Desliguei o telefone e comecei a chorar, chorei de
alegria, de tristeza, chorei por muitas coisas. Enfim, se passaram duas
semanas e eu já havia marcado meu pré-natal.
Fui conversar com meu
marido, que nem queria saber do bebê, a única coisa que eu ouvi dele foi:
AMANHÃ MESMO VOU COMPRAR UM REMÉDIO PRA VOCE TOMAR PQ EU NÃO QUERO
SABER DE FILHO NENHUM. E grávida, sabe como é né, comecei a chorar de
novo, e bati o pé e disse não vou tirar. Bom, se passou um mês, não tomei
o remédio, já havia feito os exames e era dia de outra consulta. Eu, por
olhar os exames, fiquei meio preocupada, pois sabia que tinha algo de
errado. O chamei para ir comigo, já havíamos conversado muito sobre a
idéia de termos outro filho(a). Nesta altura, já estava com 2 meses de
gestaçã. Fomos para a consulta e tinha vestígios de hepatite B,
então lá vou eu chorar de novo, com medo de perder o meu bebê e medo de
tê-lo e ele vir com algum problema. Meu marido ouvindo tudo começou a
ficar mais mole, começou a perguntar como eu estava, perguntava do bebê,
parecia tudo estar voltando ao normal, graças a deus!
Repeti os
exames e no dia de mostrar os exames escolhemos o nome do bebe. Se fosse
menino iria ser Kelvyn e se fosse menina iria ser Sarah. Coração de
mãe não se engana e dentro de mim eu sabia que ia ser uma menina e
então fiz uma promessa a mim mesma: se eu não estiver com risco de nada
nem com nenhum outro problema, miha filha vai se chamar Sarah Vitória. E
parece ser deus mesmo, pois no exame não deu nada. Agora era só esperar e
continuar indo ao médico. Meu marido já estava muito bem comigo, estava
amoroso, toda hora vinha passar a mão na minha barriga. Ele teve
que viajar para trabalhar fora por 1 mês e logo neste mês eu iria fazer
uma US para saber o sexo do bebê. Então lá se foi ele e eu, como sempre,
chorei mais uma vez, chorei muito mesmo.
No dia da US, eu estava com 17 semanas e
5 dias, meu bebê estava com 170g e para minha maior alegria era uma menina.
Chorei ao saber, saí do consultório e liguei pro meu marido, que me
atendeu depressa e quando contei até se emocionou, pois já temos um
menino, ele ficou super feliz. E o mês foi se passando, logo ele chegou
em casa, se emocionou mais uma vez ao me ver, pois eu estava diferente, a
barriga já havia aparecido. Fiquei
super feliz, pois meu marido não tinha mais aquela idéia tosca de que
não queria ter outro filho.
Os meses foram se passando e cada dia mais
perto do parto. Comecei a preparar tudo, berço, roupas, bolsa pra
maternidade, tudo. Estava tudo ótimo comigo, tinha outra US marcada,
a última. No dia da US, pelas minhas contas e da minha médica, eu já
estava com 38semanas e 4dias. Fui toda feliz fazer a US, deitei e a moça que estava
fazendo minha US disse: "Mãe, você está com 33semanas completas e seu bebê está com 1.980g e 37cm. Eu logo falei que era mentira e que eu já estava de 38
semanas e que ela estava errada. Só não bati boca com ela dentro do
consultório pois minha tia estava comigo e me acalmou. No outro dia eu
tinha uma consulta e meu marido foi junto, pois também estava muito
preocupado. A médica disse que era pra eu me acalmar, pois o que conta
mesmo é a primeira US, então eu estava certa.
No dia, eu já estava com 38semanas e
5dias. Como parece engraçado, toda mãe quando está perto do parto
começa a arrumar o ninho né? Foi assim comigo: na sexta dei muita faxina
na minha casa, lavei todas as roupas (e super bem, apesar de estar super
inchada e nem chinelo nem nada cabia mais nos meus pés). Estava indo tudo
bem, no final da noite todos foram dormir e eu sem sono, fui dormir era 2
horas da matina, mas nem dormi direito. Quando eu comecei a pegar no
sono, senti algo escorrer na minhas pernas, levantei pois achei que era
xixi, fui ao banheiro e aí a bolsa terminou de vazar. Fiquei calma por
fora, mas por dentro estava com os nervos à flor da pele. Como o
líquido estava claro, não havia sinal de dor nem de mecônio, fui me deitar
e esperar dor. Não foi por muito tempo, foram só duas horas,
fui obrigada a me levantar pois as dores estavam horríveis.
Foi tudo
muito rápido, de repente começou a vir muito forte, de 3 em 3 minutos, então
chamei meu marido, que levantou correndo e arrumou nosso outro filho, ligou
pra minha tia ir buscar o meu filho pra ficar com ela e fomos nós pra
maternidade. Dei entrada no hospital ás 5 h20 e por lá fiquei. Quando o médico me examinou, estava com 3cm de dilatação. Eu esperava mais,
pois as dores eram insuportáveis. Uma hora sentava
para massageiar minhas costas, outra hora deitava, pois estava cansada, ou
ia pro chuveiro tomar banho. De vez em quando o médico
vinha ouvir o coração do bebê, outra hora veio ver como estava indo a
dilatação, e eu morrendo de dor.
Quando foi lá pelo meio dia, as
dores pareciam que ia me matar, pois estavam forte mesmo, e eu comecei a
cxingar, chorar, sorrir, tudo junto. As enfermeiras, quando vinham me ver,
mal falavam comigo, pois me viram xingar muito de dor, então já sabiam,
só me perguntavam algo quando a contração passava e isso tinha que ser
muito rapido. às 13h40, o médico veio me ver de novo e
eu no auge das dores. Já estava pronta, 10cm. Ufa, eu pensei, chegou a nossa
hora, minha filha.
Fui pra sala de parto e lá comecei a fazer forças e a
dor era tanto que eu acho que eu até deis uns gritos suaves de dor. Fiz,
se eu não me engano, umas 5 forças. Na última força, a cabeça saiu. Eu parei
e olhei pela primeira vez pra minha filha. Aí saiu todo o corpo, às
14h exatas, com 39semanas, 47,5cm e 2.980g.
Nasceu Sarah Vitória, a nossa
vitória, que veio para meus braços ainda toda suja e me deu a alegria do
seu primeiro olhar. O pai não se aguentava de tanta emoção. Ele não quis
participar do parto em si, pois ele não pode ver sangue que desmaia, mas
assim que nasceu e ele soube, veio direto nos ver, com lágrimas nos olhos
de tanta emoção. Hoje estou muito feliz e
sou uma mulher super realizada. Amo muito meus filhos.
Maria Aparecida Pereira da Costa
19 anos, segunda gestaçao, meu primeiro VBAC. E amei tudo.

O trabalho Relato de VBAC: Sarah, a Minha Grande Vitória de Maria Aparecida Pereira Costa foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Este texto possui uma licença Creative Commons BY-NC-SA 3.0. Você pode copiar e redistribuir este texto na rede. Porém, pedimos que o nome da autora e o link para o post original sejam informados claramente. Disseminar informação na internet também significa informar a seus leitores quem a produziu.

Chorando de novo como sempre né. Amei ficou perfeito. s2
ResponderExcluir